impacto no comércio local

Pesquisa: mais da metade dos santa-marienses faz compras online

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

As vendas no varejo representam uma importante fatia da economia do Brasil. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBV), o setor, no ano passado, movimentou R$ 1,38 trilhão em 2018, correspondendo por 20,29% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O número representa uma elevação de 2,3% em relação ao que foi comercializado em 2017. No mesmo passo, as vendas online cresceram 12% no primeiro semestre deste ano, segundo a Elbit/Nilsen. Além disso, há 970 mil sites de e-commerce no país. A facilidade de realizar apenas um comando para comprar algo fez com que as 10 maiores empresas do setor comercializassem R$ 30,5 bilhões por meio da internet no ano passado.


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Em Santa Maria, a realidade não é diferente. Em uma pesquisa inédita sobre os hábitos de consumo online na cidade 69,1% dos entrevistados disseram que costumavam comprar produtos pela internet.

A pesquisa foi realizada por 18 alunos da Faculdade Integrada de Santa Maria (Fisma), orientados pelo professor Herton Goerch, e ouviu 340 pessoas em cinco bairros da cidade entre os dias 6 de novembro e 6 de dezembro deste ano.

Uma tendência visível no dia a dia e apontada pela pesquisa é o alto número de compras via redes sociais, sem o intermédio de grandes redes varejistas. Mais da metade das pessoas ouvidas relataram que costumam comprar com frequência por meio das redes. O Facebook se destaca com a maior fatia, representando 44,2% das compras. Na cidade, a maior página de comércio online possui 130 mil membros. Além disso, vários grupos de desapegos e briques para venda de produtos novos e usados não param de surgir.

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- Mesmo com a facilidade na hora de comprar online, um dado que me chamou a atenção é a quantidade de pessoas que não pesquisam sobre o produtos antes da compra - relata o professor Goerch.

No meio da ascensão do comércio online, as lojas físicas tentam se reinventar (leia mais na página ao lado). Para a professora do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Debora Bobsin, a aposta passa por oferecer uma experiência diferenciada ao cliente que vai até a loja.

- Esse é o grande desafio. No comércio tradicional, a loja entrega uma experiência de compra diferenciada ao consumidor. Quando tu vais a loja, podes vivenciar os produtos - afirma a professora.

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E O COMÉRCIO LOCAL, COMO FICA?
Enquanto o consumo online não para crescer, as lojas físicas precisam encontrar alternativas para sobreviver em meio aos preços atrativos oferecidos pelas grandes redes de e-commerce do país. Entretanto, reinventar-se nem sempre é fácil. Com uma estrutura que precisa comportar funcionários e uma extensa lista de despesas fixas, muitas vezes, fica inviável para o lojista competir com as promoções das grandes redes.  

Por isso, o foco, ao menos por enquanto, é apostar no atendimento personalizado ao cliente, na busca para fidelizar o consumidor.

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- O que resta ao mercado tradicional é tentar se reinventar. Lógico que não se tem uma reposta para isso, porque se tivesse já haveria outras pessoas fazendo. É importante que o mercado tradicional vá pensando com produtividade, com o uso de tecnologia, alternativas para combater e enfrentar uma situação dessas - afirma o empresário e ex-presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria (Cacism), Rodrigo Décimo.

Em meio a essa batalha, neste ano, o sindicato dos Lojistas de Santa Maria (Sindilojas) e a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) promoveram, pelo segundo ano consecutivo, a Black Week - uma tentativa de mobilizar o comércio local e oferecer descontos atrativos ao consumidor durante a já tradicional Black Friday. Mais de 260 lojas estamparam nas vitrines descontos que chegavam a 70% no fim de novembro. O resultado foram as ruas do Centro lotadas de consumidores em um movimento atípico para o comércio no final do mês.

- Foi um exemplo muito claro que conseguimos aproveitar a onda de promoções e a população viu isso. Queremos entregar um bom trabalho e, acima de tudo, um bom produto. Não dá para esquecer que quem consome aqui tem a garantia do produto em Santa Maria - afirma a presidente da CDL, Marli Rigo.

Acima da possibilidade de gerar promoções temporárias ao consumidor, está a questão da garantia dos empregos de quem trabalha no comércio. A manutenção de uma folha de pagamento para uma loja que já possui diversos encargos financeiros está diretamente atrelada à quantidade de vendas. Sem lucro, não resta outra alternativa aos empreendedores do que a redução do quadro funcional.

- Nos Estados Unidos, o que as lojas têm tentado fazer? Mostrar a questão da manutenção dos empregos. Aquela pessoa que compra um tênis pela internet, daqui a pouco, um parente dela pode perder um emprego formal por conta disso. A gente precisa apelar para o outro lado, como se fosse um bairrismo inverso - afirma o presidente da Cacism, Luiz Fernando Pacheco.

Se, por um lado, o comércio online sofre para encontrar alternativas frente às grandes redes de e-commerce, por outro, as redes sociais têm sido uma importante aliada na hora de se comunicar bem o cliente. Um bom planejamento estratégico de comunicação por meio das redes é, para muitos empresários, a melhor alternativa para a chamar a atenção do cliente.

- As lojas físicas não vivem mais sem as redes sociais, é irreversível. Temos muitas experiências de pessoas que viram alguma foto que acharam nas redes e nos procuram para ver determinado produto. É importantíssimo esse canal - conclui Marli.

Economia de tempo e também de dinheiro 

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert

A facilidade de comprar um produto online caminha no mesmo passo da velocidade dos dias atuais. Se, há alguns anos, era necessário perder horas nas lojas para fazer uma pesquisa de preço, hoje, isso é feito em segundos por meio da internet. Sites que compararam preços viraram febre nas redes. O Zoom e o Buscapé, que pertencem ao mesmo conglomerado empresarial, somam, juntos, 30 milhões de usuários por mês neste ano. O volume de vendas chegou a marca de R$ 5 bilhões para os cerca de 2 mil lojistas parceiros.

O momento é considerado positivo para o setor. As 47 maiores empresas de e-commerce do país que divulgaram seu faturamento online somam R$ 34,122 bilhões em vendas, o equivalente a 64,14% do total de transações pela internet no país. Os setores de eletromóveis, moda e e de departamentos se destacam na lista dos maiores faturamentos das lojas nas plataformas online. (veja a lista abaixo).

Em Santa Maria, surfando na onda do e-commerce, a corretora de imóveis Tatiana Krauchemberg, 41 anos, economiza tempo e dinheiro pela internet. As compras vão desde produtos de beleza até eletrônicos:

- Compro há uns cinco anos.. Quando preciso, entro ali e sei que estou pegando um produto de boa qualidade. Até pela questão do horário de trabalho, estou acostumada a comprar quase que apenas pela internet.

E não é só ela que aproveita tamanha facilidade. Com apenas 10 anos e já atento as promoções, o filho Pedro Henrique pesquisa muito antes de comprar e até mesmo importa alguns produtos - prática que tem se tornado cada vez mais recorrente entre os brasileiros.

- Ele realiza muitas pesquisas antes de comprar, e consegue até receber os equipamentos antes de chegar no Brasil. É uma questão de praticidade, mas também de preço - afirma.

É preciso se reinventar 

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert
Uma alternativa encontrada pelas lojas físicas para sobreviver às novas formas de consumo é entrar de fez no ambiente digital. Há 25 anos no mercado santa-mariense, a Rabelo Máquinas de Costura e Bordado apostou no e-commerce para incrementar as vendas da loja física. Em cinco anos, os negócios realizados pela internet em todos os estados do país já representam de 15 a 20% do faturamento total da empresa.

- Até então, tínhamos concorrentes locais. Porém, a partir do momento em que as grandes redes começaram a se intensificar, os nossos concorrentes começaram a entrar nos marketplaces. Então, víamos que era uma questão de sobrevivência - relata Márcio Rabelo, proprietário da empresa, ao enfatizar que, recentemente, a loja fechou uma parceria com o site da Magazine Luiza.

Mesmo com um site próprio e a presença nas redes sociais, o empresário achou que precisava de mais um atrativo para atrair a clientela, principalmente de fora da cidade. Foi então que, há dois anos, ele criou um canal no YouTube para apresentar os produtos que estavam à venda. Hoje com 6,8 mil inscritos e uma média de 300 pessoas se juntando ao canal a cada 28 dias, ele comemora os resultados.

- Os vídeos chamam muito a atenção do cliente. Nada melhor do que você colocar o seu rosto e a sua voz para dar identidade para uma marca. Percebemos que a credibilidade que a loja tem vem muito por causa dessa iniciativa - relata Rabelo.

Entretanto, a iniciativa não gera resultados apenas na internet. A ideia, acima de tudo, é atrair as pessoas da região para conhecerem a loja.

- A presença online acabou trazendo clientes para nós. Ela aproximou as pessoas que moram aqui perto para também conhecerem os nossos produtos - comemora o empresário. 

Mas na hora de comprar, todo cuidado é pouco 
Apesar da facilidade, todo cuidado é pouco na hora de comprar um produto online. As fraudes estão por tantos os cantos e nem sempre é fácil perceber quando uma promoção é real ou um golpe. Por isso, é imprescindível estar seguro de que o site é confiável, principalmente se a compra for feita com cartão de crédito, já que os dados podem ser copiados e, posteriormente, copiados.

A Coordenadora Executiva do Procon de Santa Maria, Marcia Rocha, alerta para compras realizadas por meio de link nas redes sociais Muitas vezes, golpistas copiam páginas de grandes redes de varejo para se passarem pela loja original. No geral, o grande chamariz está nos preços abaixo dos praticados pelo mercado.

- Um produto que custa R$ 4 mil, tu não vais encontrar por R$ 600 reais, por exemplo. É golpe. Não se compra por link divulgado em rede social. É sempre bom ficar atento ao cadeado que aparece no navegador e também se o nome da loja condiz com o que está escrito no link - orienta.

Sites de reclamações também ajudam o consumidor na hora de comprar algo pela internet. O Procon de São Paulo (procon.sp.gov.br) oferece uma lista de empresas que mais recebem reclamações por parte dos clientes. Por isso, é sempre bom pesquisar a procedência da loja antes de adquirir qualquer coisa pela internet.

- Vale lembrar, também, que o cancelamento de qualquer compra pode ser realizada em até 7 dias após a compra e quem vendeu é obrigado a devolver o dinheiro - orienta Márcia.

Qualquer reclamação pode ser feita na sede do Procon de Santa Maria, localizado na Av. Rio Branco, 639. O horário de funcionamento é das 8h30min até 12h30min e das 13h30min até 16h30min, de segunda a sexta-feira.

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